From the flats and the maisonettes
they're reminding us there's things to be done.
But you and me, all we want to be is lazy.
--- pecadodapreguica(arroba)gmail.com
Embalada por uma das novas músicas dos U2, dou por mim a olhar para o amor como uma cicatriz. Uma cicatriz que se pode ter orgulho em exibir, sentir vergonha ao mostrar, que inspira cuidados na solidão
Uma cicatriz que se re-abre para voltar a sentir o que a provocou tão funda.
“Only love can leave such a scar” –Magnificent (“No Line On The Horizon”)
Para ver se a carapuça enfia, já que a letra da musiqueta pop serve que nem uma luva. Quando estive em NYC, este tema passava em loop em todas as lojas - ainda eu mal sabia em quanta conformidade com o que se passava deste lado do Atlântico.
Barcelona nos olhos de Bardem. Era só do que me lembrava à saída do cinema depois de “Vicky Christina Barcelona”. BCN é assim. Olha para nós cheia de mistério, com os olhos entre-abertos e a pedir que se faça amor com ela. Assim é esta cidade que é também a que mais vezes visitei. Não tivesse sido o choque do calor de Agosto à saída do avião e a paixão teria sido imediata. Mas BCN também é Maria Helena (Penélope Cruz), a louca mulher de Juan Antonio (Javier Bardem) cheia de tiradas filosóficas misturadas com uma boa dose de vulgaridade. Há 10 anos, passei uma semana de Agosto em Barcelona, numa espécie de transição entre a vida de estudante e a de crescida. Não foi “coisa de filme” mas ajudou a perceber o que se quer e não se quer da vida. Mais o que não se quer. E isso, Woody Allen captou na perfeição a essência da cidade e das personagens que a representam.
O amor não se racionaliza. Sente-se!
Juan António: Maria Elena used to say that only unfulfilled love can be romantic!
BARCELONA - GIULIA & LOS TELLARINI
“(…)Barcelona... hace un calor que me deja fría por dentro con este vicio de vivir mintiendo, que bonito seria tu mar si supiera yo nadar.
Barcelona... y mientras está llena de cara de gente extranjera, conocida, desconocida y vuelta a ser transparente.
No insisto más... Barcelona
Si no es cosa de tus ritos, tu laberinto extrovertido.
No he encontrado la razón porque me duele el corazón (…)”
Todos os anos, o mesmo filme. Noites de domingo a solo e a melhor companhia é o Cameron Crowe. Ele não faz filmes. Ele realiza-nos e expõe os sonhos que temos com os olhos bem abertos e, ainda por cima, com uma banda sonora "assassina" a acompanhar. Sim, os pensamentos mágicos nunca se realizam, mas isso não nos impede de os ter. Sempre que vejo o filme, sorrio com alguma vergonha quando o Steve acha que em 1992 uma pessoa pode viver sem sair de casa e a única coisa que lhe permite fazer isso é um Fax. Os relógios digitais que também são agendas e a ausência de telemóvel encantam-me sempre. E a cidade de Seattle... Seattle e a Sub-Pop, e os Pearl Jam, os Alice In Chains e os Soundgarden. Eu adoro viver na primeira década do novo milénio, mas os anos 90 apaixonam-me. Tenho saudades da música, da quase ausência de tecnologia opressiva e do telefone onde passava horas a falar com colegas da escola. E quando a conta dos TLP subia, descíamos à entrada do prédio para conversar antes da hora de jantar. Na Seattle perfeita de Cameron Crowe fala-se sem medos, seguem-se instintos mas há quem ignore intuições. Vive-se. Vai-se vivendo. Às vezes gostava de viver num filme. Um filme assim. Conhecer esta Seattle ou sentir a saudável loucura de Elizabethtown. Resta-me a Lisboa que eu adoro e com quem acordo todos os dias.
Cliff Poncier: Janet, you rock my world.
Linda Powell: Look, I don't need to your girlfriend or anything... I just wanna know you again Steve Dunne: What took you so long? Linda Powell: I was stuck in traffic.