Posse: substantivo feminino; retenção ou fruição de uma coisa ou direito

Rio de Janeiro, final de tarde. Sensação de estar longe de tudo e de todos - com o que de bom e de mau isso tem. Recebo um SMS de uma amiga a perguntar se eu lhe posso dar o número do X, um bom amigo meu. Mando-lhe o número na resposta, sem conseguir evitar perguntar (naquele misto de gozo e falar a sério que as mensagens permitem) quem é que quer saltar para cima do dito rapazinho, que supostamente ele é o meu Plano B. Não faço ideia de porque raio escrevi aquilo. Nervosa, ela manda-me de volta um chorilho de desculpas.

Ontem, a minha amiga volta à conversa.

Ela: Desculpa. Eu não sabia que tu tinhas alguma coisa com ele.
Eu: E não tenho. Estás à vontade, rapariga.
Ela: Mas...ele não é o teu Plano B?
Eu: Sim. Quer dizer, não. Pá, já te disse que estás à vontade.
Ela: Eu ando-te a dizer há um ano para avançares! Um ano! Toda a gente percebia menos tu.
Eu: Há um ano andava...ocupada com outras coisas. Mas se fosse para acontecer já tinha acontecido. Força, telefona-lhe.
Ela: Mas nunca se passou nada entre vocês?
Eu: Acho que não.
Ela: Achas? Como é que podes só "achar"?
Eu: É complicado de explicar. Olha, faz o que quiseres. Já te dei o número dele e já te disse que não me importo. Nós somos só amigos. Aquilo do Plano B era a brincar.

Que raio...? Será possível nunca ter tido a vontade de beijar uma pessoa e agora dar por mim a querer alçar a perna e urinar-lhe para cima para marcar território?