A queda do império que eu te quis dar e tu não quiseste receber
Este Sábado fui à Casa dos Dias D’Água ver o espectáculo Bérénice, da companhia belga STAN (sigla para Stop Thinking Abot Names. É um grupo com um método de trabalho muito interessante, vale a pena dar uma vista de olhos ). Bérénice conta a história de um amor impossível entre Titus, imperador de Roma, e Bérénice, rainha da Palestina. A peça é descrita em todos os manuais de teatro como uma reflexão sobre amor censurado pela sociedade e sobre a pesada escolha entre o Amor e o Estado. Mas para mim, a personagem principal não é Bérénice nem Titus: é o eterno secundário Antiochus, o melhor amigo de Bérénice, que vive com a angústia de,nas suas palavras, “esconder o seu amor sob a máscara da amizade”. É ele quem, por amor, serve de ombro confidente para as lágrimas e para os sorrisos provocados pelo amor a outro que não ele. E foi isto que me fez gostar tanto de Bérénice. Porque é aqui que eu sinto que a época dos romanos podia ser o início do século XXI e que a antiga Palestina podia ser a Baixa de Lisboa. Impérios podem ruir e com eles levar relações; mas às vezes nada causa o cataclismo da destruição como um “gosto de ti como amigo” e um beijo repenicado na bochecha, ali tão perigosamente perto da boca.
Mais informações sobre este espectáculo aqui .
1 Comments:
Eu fui na sexta. É um triângulo reconhecível e enquadrável em qualquer época. Foi a segunda vez que vi o Tiago Rodrigues a representar. Estava igual ao personagem do monólogo, titubeante e cheio de tiques. Temos Hugh Grant mas sem os looks.
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