A emissão regular prossegue dentro de alguns instantes.
Parecendo que não, o ódio (em todas as suas intensidades, do desdém à magoazinha) é um sentimento confortável, quentinho. Porque nós, os odiadores, ficamos desresponsabilizados. Os “outros”(os odiados, portanto) é que são poços sem fundo de defeitos, criaturas que gastaram tempo e energia na missão de serem más pessoas . Eu, pobre donzela gadelhuda trancada na torre mais alta do castelo, limito-me a ser a vítima da crueldade dos príncipes encantados afinal feitos dragões. Os “outros” merecem que não se goste deles, que se organize uma lista alfabética de todos os seus defeitos, que se afixem cartazes e se grite em palanques a desilusão de pessoas que são.
O problema é que cada vez mais eu percebo que não tenho direito ao ódiozinho, à desilusão que não mata mas mói mói mói. A culpa não é dos “outros”. É minha. Porque as pessoas me desiludem por culpa minha: eu crio na minha cabeça uma versão - muitas vezes revista e melhorada- da pessoa que gostava de ter à minha frente. E ninguém tem a culpa de não passar de um mero rascunho desenhado num guardanapo do magnífico quadro a óleo que só está em exposição na minha cabeça.
Estava a ser engraçado olhar-te na penumbra para poder imaginar aquilo que não conseguia ver. Agora, desculpa, mas vou ter de acender a luz.
O problema é que cada vez mais eu percebo que não tenho direito ao ódiozinho, à desilusão que não mata mas mói mói mói. A culpa não é dos “outros”. É minha. Porque as pessoas me desiludem por culpa minha: eu crio na minha cabeça uma versão - muitas vezes revista e melhorada- da pessoa que gostava de ter à minha frente. E ninguém tem a culpa de não passar de um mero rascunho desenhado num guardanapo do magnífico quadro a óleo que só está em exposição na minha cabeça.
Estava a ser engraçado olhar-te na penumbra para poder imaginar aquilo que não conseguia ver. Agora, desculpa, mas vou ter de acender a luz.
4 Comments:
Grande pequeno texto!
uau.
As nossas emoções provêm dos nossos pensamentos em relação a determinada pessoa ou situação... E é por isso que perante a mesma coisa, diferentes pessoas vêm as coisas sob diferentes perspectivas.
Na maior parte das vezes é difícil ver as coisas como elas realmente são, mas isso faz mesmo parte do ser humano... Acho que nos resta o esforço de melhoria contínua :)
Tu és tão complicada rapariga....
Mas o texto está completamente lá!!!
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