Sabor de infância
Fim de semana na terra das avós. Chegada pela hora de almoço, alguma chuva mas nada que um miminho gastronómico da mamã não resolva. Pela tarde, sesta no quarto que ainda cheira a novo por ter sido pintado. E o Simão que não aparece. Nova saída agora que chove menos, vamos ao laranjal. No regresso para o jantar, paragem obrigatória no sotão para ver se os novos inquilinos já chegaram para dormir: dois piscos bebés que se acollheram lá em casa para voar a solo em breve. Ainda nada. Mas está lá ainda o irmãozinho, dentro do ovo. À espera. E o Simão que não chega. Para jantar, a açorda de bacalhau da mãe. Mas faltam ovos. De minha casa à da minha avó Olinda são três minutos a pé. A minha avó Olinda a quem chamamos desde sempre de Avólinda e tão linda que é a minha avó. Ovos? “Na cesta não há, tens de ir à capoeira.” Mais fresco é impossível... estavam três ovos acabadinhos de pôr. De volta a casa, janta-se e o Simão que não aparece. A noite passa-se à lareira enquanto se espera pela meia noite. Vou-me deitar ainda sem o Simão. Sábado transforma-se em domingo e o pequeno almoço sái quentinho no sítio do costume. O almoço é servido em casa da Avó com o arroz impossível de imitar. Não há outro no mundo. Depois do café, olha-se uma última vez para a vinha, para as flores e para a serra. Voltam-se as costas em direcção a Lisboa e o Simão aparece, esbaforido, cheio de fome. O gato que adoptámos esteve ausente durante do fim de semana, mas chegou bem a tempo de acalmar corações inquietos que esperaram por ele todo o fim de semana.
3 Comments:
Um fim de semana à espera do Simão não é nada. A minha prima esperou 9 meses até o o dela chegar.
Tirando a parte de ir à capoeira acho esse fim-de-semana delicioso!
Isto é publicidade gratuita porque se votar na Bruxinha que queria ser selo dos CTT não ganha nada com isso!Mas ela agradece do fundo do caldeirão!
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